Alguns dias atrás encontrei um velho amigo de adolescência. Depois de atualizarmos toda nossa vida percebi que tinha algo muito diferente no rosto, além das rugas, claro. Mais à vontade, perguntei e ele admitiu que tinha feito cirurgia plástica em função de dois graves acidentes de carro que causaram ferimentos no rosto. Estranhei, porque nós somos de uma geração que aprendeu a dirigir carros na pré-adolescência e ele sempre dirigiu muito bem. Pedi detalhes e ele relatou que os dois acidentes foram à noite, em situações parecidas e sem envolver álcool, excesso de velocidade ou imprudência.
No fim do evento fomos juntos para o estacionamento e vi que ele saiu com o carro com os faróis apagados. Parei a moto ao lado e berrei “o farol está apagado!”. Mas ele respondeu: “mas as lanternas estão acesas, na cidade só uso as lanternas”.
Eu não quis provocar uma briga, mas na hora lembrei a descrição dos acidentes e percebi que ele ainda sofreria muitos outros se continuasse a rodar à noite com os faróis apagados. Que Deus proteja meu amigo!
É inacreditável, mas em pleno século 21 as pessoas ainda não sabem como usar um simples farol. Talvez isso explique parte dos graves acidentes que acontecem à noite. Ainda podemos encontrar motoristas e motociclistas que não sabem a diferença entre lanterna e farol e isso é do desconhecimento das autoridades de trânsito, porque nunca vi nenhuma campanha de esclarecimento sobre o assunto.
As luzes dos carros, motos, caminhões e ônibus não foram feitas apenas para que seus condutores pudessem ver à noite, mas também para que os OUTROS possam ver, tanto pedestres quanto os outros autores do trânsito.
Esclarecendo, geralmente os veículos tem cinco situações de iluminação:
- Lanterna ou luz de posição – a responsável por toda a confusão. Essa luz foi criada para ser usada com o veículo PARADO e tem a finalidade de ser visto mesmo em condições de pouca iluminação. Não deve ser usada com o veículo em movimento. Em muitos países essa posição foi abolida justamente para evitar essa confusão e foi substituída por leds que ficam permanentemente acesos, inclusive com a opção de manter só um lado aceso. Mas essas luzes foram criadas para países europeus, com baixo índice de insolação e incidência de neblina. Como o consumo de energia dessas luzes é baixo, podem ficar acesas até o dia seguinte sem problema. Infelizmente no Brasil esse tipo de iluminação é confundida com o farol baixo e até motoristas de veículos pesados trafegam à noite apenas com as lanternas acesas. É mais triste ainda perceber que os policiais e agentes de trânsito também cometem essa infração! Ou seja, nem que tem a função de fiscalizar conhecem e aplicam as leis.
- Farol baixo – É a luz mais fraca dos faróis principais e deve OBRIGATORIAMENTE ser ligados a partir do pôr do sol. Como foi descrito, em pleno século 21 tem motorista que ainda não percebeu a função desse farol. Ele não provoca ofuscamento, desde que regulado, e tem de ser usado nas áreas urbanas, com ou sem iluminação pública. Em muitos países os carros ficam permanentemente com essas luzes acesas. No Brasil, apenas nas motos esse farol já fica sempre aceso, seja dia ou noite e não tem opção de desligar. Infelizmente vivemos uma época de narcisismo e egoísmo exagerados e alguns indivíduos de pouca ou nenhuma inteligência adaptam leds coloridos em vez de faróis. É uma cópia dos “angel eyes” usados em carros europeus para uso especialmente em condições de neblina. Aqui no Brasil virou moda “tuning” e se tornou substituto dos faróis; e a fiscalização não tem competência para coibir essa ação.
- Farol alto – É a luz mais forte e só pode ser usado em áreas sem iluminação pública, estradas e zona rural. Deve ser desligado quando cruzar outro veículo em sentido contrário e também pode ser usado como sinal de advertência para ultrapassagem. O lampejador de farol, ou “flash” aciona o farol alto. Não deve ser usado em neblina, poeira excessiva ou chuva forte. Nestas condições ele espalha demais a luz e piora a visibilidade. O farol baixo é mais eficiente.
- Luz de neblina – Essa é a campeã da desinformação. Posicionadas sob o pára-choque, elas tem a função de reforçar a iluminação em condições de neblina porque espalha o facho para as laterais. A luz traseira de neblina tem a finalidade de tornar o veículo mais visível em condições de baixa visibilidade, como a óbvia neblina, chuva ou poeira. Infelizmente, mais uma vez a prepotência e ignorância do motorista médio brasileiro transformaram essas luzes em faróis e são usadas sem o menor critério. Fica pensando nos milhares de reais que são jogados fora anualmente em campanhas de segurança, aqui no Brasil, para um público incapaz de entender o funcionamento de algo tão simples e elementar. As luzes de neblina não devem ser usadas em noites claras de boa visibilidade, muito menos na cidade. As dianteiras não são visíveis pelos pedestres, nem pelos motociclistas, porque o facho não chega à altura dos olhos. E a luz traseira ofusca a visão quem vem de trás. Eu desafio algum leitor narrar algum episódio de multa para quem estava trafegando com as luzes de neblina acesas na cidade. Mas posso apresentar dúzias de multas ridículas por falta de uso de pisca-pisca.
- Farol de milha ou longo alcance – Hoje esses faróis são mais raros, mas eram usados até meados dos anos 80, inclusive em versões de série. São faróis mais potentes que o farol alto e proibidos de funcionar nas cidades. A lei obriga, inclusive, que sejam cobertos por uma capa enquanto o carro estiver na cidade e só podem ser descobertos nas estradas.
Alguns motociclistas instalam faróis auxiliares, mas devem escolher modelos que sejam específicos para motos e que não acabem com a bateria. Atualmente os faróis originais das motos são muito eficientes. Mas o motociclista deve lembrar que ao transportar peso excessivo ou garupa a traseira afunda e a frente levanta, fazendo subir o facho do farol. Algumas motos (e carros) tem regulagem rápida para essa situação, mas quando não houver lembre-se de não colar nos carros da frente.
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