
Recebi essa pergunta faz um bom tempo e desde então penso sobre ela e na melhor maneira de responde-la. Se sexo ainda é tabu pra muita gente, imagina o peso que tem a violência na hora do sexo? E o mais incrível, ela é muito popular.
É claro que muitos machões aqui dos comentários vão dizer que o cara deveria mesmo bater na esposa, já que ela gosta e que mulher merece apanhar. ZzzZZzzzzZZzz A vida, no mundo real, não é assim.
Quando você ama alguém, tem medo de machucar essa pessoa, em todos os sentidos. E eu acredito que é isso que esteja acontecendo com esse casal. Ele tem medo de machucar fisicamente a mãe da sua filha, mulher que ele ama e respeita.
Entendo esse amor, respeito e cuidado. Muitos homens foram ensinados que mulheres são frágeis e devem ser tratadas com cuidado, sem toques firmes, apenas com carícias delicadas. Mas nem toda mulher gosta de ser tratada com tanta leveza, algumas preferem solidez. E não há nada errado nisso.
O sexo é subversivo, é um momento em que as pessoas mostram um lado seu que não é exposto no dia a dia, na frente de desconhecidos. E quanto mais intimidade sexual se tem, mais se descobre novidades sobre o parceiro – algumas bastante surpreendentes.
(Vale lembrar que intimidade sexual não é, necessariamente, intimidade em outras áreas da vida)
Proponho um exercício simples: qual o peso que o sexo tem na sua vida? Caso sua mulher não quisesse mais ter penetração durante o sexo, como você se sentiria? Se sua resposta for ficar indignado com essa possibilidade, você entende como ela se sente em relação a violência na hora h.
Para ela, é uma necessidade. O sexo fica melhor quando isso acontece. Esses atos, que pra você soam como abusivos, têm outra função para ela. E não dá pra entender que função seria essa sem uma terapia enorme que descobrisse todas as pequenas peculiaridades sobre a vida dela. O que você precisa entender é a importância disso.
Você se sente desconfortável em bater no rosto dela. E na bunda? Muitos homens adoram dar tapas ali, mas apenas ali. Não se sentem confortável em bater no rosto de uma pessoa, porque sentem que estão desrespeitando-a. E você tem todo direito de sentir-se assim.
Nem todas as fantasias da sua esposa poderão ser realizadas. Você não tem obrigação de ceder a todos os desejos dela, assim como ela aos seus. Mas como resolver esse impasse, que pode atrapalhar a vida sexual de vocês?
Encontrando meio termos. Explique a ela como você se sente em relação a esse tipo de prática e dê uma saída: que tal começar com pequenos tapinhas no bumbum? Um sexo mais selvagem? Brincadeiras sexuais para libertar esse seu lado mais primitivo? Talvez seja o suficiente para ela. Talvez não. Mas o que mais importa é ela notar que você está tentando fazê-la feliz.
E isso serve para homens e mulheres. Ninguém tem que fazer tudo o que o parceiro deseja, mas podemos encontrar algo entre o que você quer e o que o outro gostaria. Algumas vezes o meio do caminho é muito mais interessante pra todo mundo.
Transparência é sempre positivo. Trocar experiências, histórias da vida sexual antes de vocês se conhecerem e criarem o hábito de falar as coisas que gostaria e que mudariam é sempre positivo para o sexo – e, consequentemente, para deixar o relacionamento mais feliz.
Não tem nada de errado com ela. Nem com você. Vocês só precisam acertar os ponteiros e partir de um mesmo ponto para tentar deixar o sexo interessante pra todo mundo.
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